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terça-feira, 13 de março de 2012

Escravidão: Condição aceita por dominação psicológica e processo de socialização



Ao longo da história  existiram  muitos tipos de escravidão em diferentes sociedades. No  Brasil, tivemos escravidão de negros que trabalhavam  nas lavouras, e em serviços braçais gerais, ou em condição de escravos de ganho, condição a qual o permitia que caminhassem livres pelas ruas, trabalhavam em algo remunerado, e essa remuneração era entregue ao seu senhor, e o que ele conseguisse a mais  do que precisava para entregar, podia guardar para comprar sua liberdade, sua carta de alforria. Porém, mesmo após mais de um século de  abolição da escravatura no Brasil, existem pessoas que trabalham em condições análogas a escravidão, são trabalhadores em colheitas, ou em indústrias  fantasmas em lugares  escondidos da fiscalização, sem condições adequadas de trabalho. Outro exemplo muito interessante foram os gladiadoresda Roma Antiga. Os gladiadores em sua maioria eram pessoas capturadas nas batalhas, ou que  cometeram crimes  ou estavam endividados  e se tornaram escravos, e como condenação,  os considerados fortes e hábeis  eram 
encaminhados para as grandes academias de gladiadores. 

Os gladiadores enfrentavam uns aos outros nas arenas,  alguns enfrentavam feras como leões, tigres e até mesmo rinocerontes, tudo dependia da formação obtida na academia, que definia os tipos de armas e com quem iriam  lutar. Sempre que o gladiador entrava, tinha claro que era uma luta de vida ou morte. Aquele que conseguia acumular vitórias se tornava herói, era amado pelo povo, ganhava prêmios e agrados do soberano. Funcionava como uma das maiores atrações da chamada política de pão e circo da época servia para esconder os problemas sociais, pois enquanto o povo  se divertia não teriam muito do que reclamar. 

É importante observar  as condições de escravos na qual os  gladiadores se encontravam, eles possuíam armas, eram fortes, eram muitos, e principalmente,  eram amados pelo povo, tinham condições suficientes para enfrentar o estado de sua época, e organizar uma nova sociedade. Então por que  existiram  apenas alguns enfrentamentos como a  de Espartacos,  sem resultados positivos? Por que essas  revoltas não foram frequentes? Por  que aceitavam sua condição de escravo e ignoravam a possibilidade de poder resolver os  problemas sociais com uma organização de revolta contra o Estado?  
 
Observamos a partir de leituras de Norbert Elias e Émile Durkheim, que os gladiadores, passaram por um processo de socialização, não conseguindo se vir  em outras condições  senão  aquelas a qual já  estão  não enxergam  a possibilidade da mudança, aquilo é normal para aquela  sociedade, mesmo 
porque, existe uma dominação psicológica articulada pelo Estado, que oprime e condena aqueles que não seguem  suas normas, não permitindo rebeldia e possibilidades de ruína do seu poder, eliminando condições de organização da classe para  tomar o Estado, mesmo com todas as condições favoráveis ao motim.
 
(Rafael Fernando Lewer - 
Academico do Curso de Ciencias Sociais da UFFS)

Um comentário:

  1. Oi, tudo bom? Me chamo Nathalia e sou do Coletivo de Mulheres PUC-Rio. Comecei a participar esse ano dessa organização e notei que as universitárias feministas do Brasil estão desunidas, então estou tentando fazer essa união a partir de agora! Por isso, gostaria de pedir ajuda para divulgar a nossa página de facebook e chamar mais meninas para participar, com o objetivo de incentivar todas a formar seus próprios coletivos nas suas universidades. Pode me ajudar?

    "Se interessa por feminismo? Já pensou em se organizar e formar uma organização feminista na sua universidade? Junte-se a nós e vamos lutar por um mundo mais justo para tod@s! Curta a nossa página e fique por dentro das notícias e eventos feministas pelo Brasil.

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    Espero que possa nos ajudar! Beijos!

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